Campaniformes
A cerâmica campaniforme está presente nos Perdigões com cerca de sete dezenas de recipientes, a maioria dos quais correspondentes a pequenos fragmentos. Na área central, contudo, foi recentemente (2019) identificada uma área de deposição de recipientes campaniformes inteiros.
A cronologia disponível para o campaniforme dos Perdigões situa-se em meados / terceiro quartel do 3º milénio AC (c. 2600-2200 AC).
Estão presentes os principais grupos estilísticos: Internacional de bandas, linear e misto; pontilhado geométrico; inciso ciempozuelos. Ocorre também a decoração beliscada e uma decoração estampilhada (matriz circular denteada). A par dos recipientes decorados surgem igualmente recipientes campaniformes lisos.
Com excepção de um fragmento de um recipiente acampanulado decorado com impressões beliscadas (proveniente do Sepulcro 4), as cerâmicas campaniformes, decoradas ou lisas, não surgem integradas em contextos funerários nos Perdigões, replicando o padrão dominante do interior alentejano.
No recinto, embora ocorram em áreas mais periféricas, como no interior do Fosso 1, a sua grande concentração ocorre na área central, em torno aos contextos com deposições secundárias de cremações humanas, mas sem nunca se misturarem com eles.
Estudos de proveniência foram realizados sobre as cerâmicas campaniformes dos Perdigões, evidenciando a sua integração em redes de circulação regionais e transregionais.
Do tradicional “pacote campaniforme” estão ainda referenciados um botão de perfuração em “v” e apêndices e um punhal de lingueta.
Principais Referências Bibliográficas:
DIAS, M. I., PRUDÊNCIO, M.I., VALERA, A.C. (2017), “Provenance and circulation of Bell Beakers from Westren European societies of the 3rd millennium BC: the contribution of clays and pottery analyses”, Applied Clay Science, 146, p. 334-342.
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0169131717302867
ODRIOZOLA, C.; HURTADO PÉREZ, V.; DIAS, M.I. E VALERA, A.C. (2008), “Produção e consumo de campaniformes no vale do Guadiana: uma perspectiva ibérica”, Apontamentos de Arqueologia e Património, 3, NIA-ERA, p. 45 – 52.
LAGO, M.; DUARTE, C.; VALERA, A.; ALBERGARIA, J.; ALMEIDA, F. E CARVALHO, A. (1998), “Povoado dos Perdigões (Reguengos de Monsaraz): dados preliminares dos trabalhos arqueológicos realizados em 1997”, Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 1, 1, Lisboa, p. 45-152.
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/media/uploads/revistaportuguesadearqueologia/1_1/1/4.pdf
VALERA, A.C. (2015), “Ciempozuelos beaker geometric patterns: a glimpse into their meaning”, Apontamentos de Arqueologia e Património, 10, Lisboa, NIA-ERA, p. 47-51.
VALERA, A.C.; BASÍLIO, A.C. (2017), “Approaching Bell Beakers at Perdigões enclosures (South Portugal): site, local and regional scales”, In Gonçalves, V.S. (ed.): Sinos e vasos. Junto ao oceano e mais longe. Aspectos da presença Campaniforme na Península Ibérica. Estudos & Memórias, 10, p. 40-55.
Cerâmica com decoração simbólica
Informação a disponibilizar futuramente.
Cerâmica decorada
Informação a disponibilizar futuramente.