Ídolos Falange
Existem nos Perdigões mais de sete dezenas de “ídolos” falange. São realizados sobre primeiras falanges de Cervus sp. e Equus sp., sendo provenientes de contextos funerários (Sepulcros 1, 2, 3 e 4; Fossas 16 e 40 de deposição de restos de cremações), com excepção de um caso com proveniência numa fossa sem uso funerário.
Na sua maioria são peças modificadas através de um afeiçoamento que gera diferentes níveis de adelgaçamento e alteração da morfologia das falanges. Existem doze casos com decoração, sendo 9 em falanges de equídeo e 3 em falanges de cervídeo. A decoração evidencia a tradicional iconografia simbólica. Ocorrem os olhos raiados associados a tatuagens faciais e cabelos ziguezagueantes, olhos e braços dobrados, só as linhas ziguezagueantes ou círculos concêntricos. Uma peça evidencia sinais de ter sido pintada.
Os exemplares distribuem-se de forma relativamente equitativa entre o uso de falanges de cervídeo e de equídeo, sendo que parece existir um comportamento diacrónico, com uma maior percentagem de falanges de cervídeo em contextos com cronologias da primeira metade do 3º milénio AC e preponderância de falanges de equídeo a partir de meados / terceiro quartel do 3º milénio AC.
A cronologia dos contextos em que ocorrer estas peças nos Perdigões está sempre enquadrada no 3º milénio AC.
Ídolos Falange
Existem nos Perdigões mais de sete dezenas de “ídolos” falange. São realizados sobre primeiras falanges de Cervus sp. e Equus sp., sendo provenientes de contextos funerários (Sepulcros 1, 2, 3 e 4; Fossas 16 e 40 de deposição de restos de cremações), com excepção de um caso com proveniência numa fossa sem uso funerário.
Na sua maioria são peças modificadas através de um afeiçoamento que gera diferentes níveis de adelgaçamento e alteração da morfologia das falanges. Existem doze casos com decoração, sendo 9 em falanges de equídeo e 3 em falanges de cervídeo. A decoração evidencia a tradicional iconografia simbólica. Ocorrem os olhos raiados associados a tatuagens faciais e cabelos ziguezagueantes, olhos e braços dobrados, só as linhas ziguezagueantes ou círculos concêntricos. Uma peça evidencia sinais de ter sido pintada.
Os exemplares distribuem-se de forma relativamente equitativa entre o uso de falanges de cervídeo e de equídeo, sendo que parece existir um comportamento diacrónico, com uma maior percentagem de falanges de cervídeo em contextos com cronologias da primeira metade do 3º milénio AC e preponderância de falanges de equídeo a partir de meados / terceiro quartel do 3º milénio AC.
A cronologia dos contextos em que ocorrer estas peças nos Perdigões está sempre enquadrada no 3º milénio AC.
Principais Referências Bibliográficas:
VALERA, A.C. (2015), “Ídolos falange, cervídeos e equídeos. Dados e problemas a partir dos Perdigões”, Apontamentos de Arqueologia e Património, 10, Lisboa, NIA-ERA, p. 7-20.
VALERA, A.C. (2015), “The diversity of ideotechnic objects at Perdigões enclosure: a first inventory of items and problems”, ARPI, 3 Extra, p. 238-256.
Figuras antropomórficas
Os Perdigões possuem uma vasta colecção de figurinha antropomórficas, umas de características mais naturalistas e realistas e outras mais estilizadas.
As figurinhas naturalistas apresentam uma forte padronização, com o corpo humano representado por cabeça, tronco e membros, sempre com os braços dobrados sobre o abdómen, por vezes com as mãos representadas segundando um bastão. Na cabeça estão representados os olhos (por vezes com incrustações), o nariz, a sobrancelhas, por vezes a boca e ou orelhas, e sempre as tatuagens faciais e o cabelo ziguezagueante, que se estende pelas costas. Nos Perdigões, estas figurinhas apenas ocorrem nos contextos de deposições secundárias de restos de cremações, onde têm um número mínimo de 16 exemplares, estando datadas de meados / terceiro quartel do 3º milénio AC (2600-2300 AC).
As representações do corpo humano mais estilizadas são variadas e com diferentes formas de esquematismo. Nos contextos das cremações ocorrem pequenas e finas placas alongadas com representações dos olhos, sobrancelhas e tatuagens faciais, por vezes com o cabelo ziguezagueante no topo e no verso.
Outras apresentam apenas a sugestão de um corpo humano pelo destaque ténue de uma cabeça. Num caso, um corpo com cabeça apresenta os braços elevados na vertical, sugerindo uma posição orante. Todos estes casos se integram em contexto do 3º milénio AC e ocorrem em contextos funerários e não funerários.
As únicas representações antropomórficas da fase Neolítica dos Perdigões são os designados “Ídolos Almerienses” (ou cruciformes), que apresentam tendencialmente um corpo tripartido formado genericamente por partes triangulares ou alongado com entalhes laterais. Datadas de segunda metade do 4º milénio AC, são provenientes de contextos não funerários.
Uma situação singular corresponde ao desenho de um corpo humano, com cabelo ziguezagueante, num pesos de tear.
As matérias primas utilizadas são o marfim (predominante), o osso, a cerâmica e o xisto.
Principais Referências Bibliográficas:
VALERA, A.C. (2015), “The diversity of ideotechnic objects at Perdigões enclosure: a first inventory of items and problems”, ARPI, 3 Extra, p. 238-256.
VALERA, A.C.; EVANGELISTA, L.S. (2014), “Anthropomorphic figurines at Perdigões enclosure: naturalism, body proportion and canonical posture as forms of ideological language”, Journal of European Archaeology, 17, 2, p. 286-300.
http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1179/1461957114Y.0000000057?journalCode=yeja20
VALERA, A. C. (2012), “Ídolos Almerienses provenientes de contextos neolíticos do complexo de recintos dos Perdigões”, Apontamentos de Arqueologia e Património, 8, NIA-ERA, p. 19-28.
MATA VIVAR, E.; FERNÁNDEZ, J.; CARO, J.L. (2011), “Figurinha en xisto procedente del relleno del foso 1 del complexo arqueológico dos Perdigões (Reguengos de Monsaraz)”, Apontamentos de Arqueologia e Património, 7, p.19-22.
Figuras zoomórficas
Provenientes dos Sepulcros 1 e 2, e datáveis da primeira metade / terceiro quartel do 3º milénio AC, existem várias figurinhas que representam animais. Trata-se de miniaturas que representam diferentes espécies de animais, sem a repetição de uma mesma espécie. São identificáveis um bovídeo, um suídeo, um cervídeo, uma lebre, e três diferentes tipos de aves.
Estas representações são todas elaboradas em marfim.
Principais Referências Bibliográficas:
VALERA, A.C. (2015), “The diversity of ideotechnic objects at Perdigões enclosure: a first inventory of items and problems”, ARPI, 3 Extra, p. 238-256.
VALERA, A.C., EVANGELISTA, L.; CASTANHEIRA, P. (2014), “Zoomorphic figurines and the problem of Human-Animal relationship in the Neolithic and Chalcolithic Southwest Iberia”, Menga, Revista de Prehistoria de Andaluzia, 5, p. 15-33.