Decifrar a dieta e o consumo de lacticínios em comunidades Pré-históricas Recentes do Sul da Península Ibérica – Uma colaboração entre o ICArEHB, a FCT e os Perdigões – Complexo Arqueológico
A domesticação de animais ruminantes produtores de leite no Neolítico proporcionou uma nova fonte de alimento, o leite, que uma vez transformado revolucionou as dietas humanas. No entanto, as origens, a disseminação, a extensão e o papel dos lacticínios nas comunidades pré-históricas são ainda tópicos debatidos em Arqueologia. O nosso conhecimento atual na Península Ibérica é muito limitado, sendo que a única evidência que dispomos é da utilização de produtos lácteos desde o Neolítico Antigo através da análise de resíduos orgânicos. A análise paleoproteómica do tártaro dentário humano surgiu como uma ferramenta inovadora e robusta que permite a deteção direta do consumo de lacticínios a nível individual.
Um novo projeto de investigação de doutoramento, desenvolvido por Adriana Leite e financiado pela FCT (Bolsa: 2022.13780.BD), irá integrar bioarqueologia, análise paleoproteómica de tártaro dentário humano e análise de isótopos estáveis para abordar estas questões, examinando diretamente a dieta das comunidades Pré-Históricas, com especial enfoque no consumo de lacticínios, desde o Neolítico até à Idade do Bronze no Sul de Portugal. Adriana Leite é doutoranda em Arqueologia na Universidade do Algarve e está afiliada ao Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB). Este projeto de investigação irá investigar contextos arqueológicos Portugueses, incluindo os Perdigões, para compreender o consumo de lacticínios e a sua origem animal, a dieta, as tendências populacionais e as práticas de pastoreio ao longo da Pré-História Recente.